DAINA: da infância
- Luiza Freitas
- 13 de jul. de 2023
- 1 min de leitura

Por Daina Bittar [texto e ilustração]
A sensação vem antes de tudo,
quando eu tento descrever como que é estar
Na casa onde cresci.
São imagens que me atravessam: INFÂNCIA
Lembro de adorar explorar o quintal, onde eu existia junto dos vasos de plantas, das rachaduras na parede, das pequenas poças no chão e junto do verde refletido por um besouro holográfico, itinerante, que às vezes aparecia na churrasqueira. Tudo compunha uma cena crua e cotidiana que eu queria poder morder e extrair algum elixir. Algum antídoto contra não sei bem o que... Capaz de garantir as coisas não caberem em si próprias. Elas precisavam ser outras, sempre outras. Precisavam insurgir e ressurgir. Precisavam. Era necessário existir algo além em tudo que se apresentava inanimado, encerrado, sem pulsação humana.
Eu dependia da alma de cada objeto, sombra e luz.
Era meu sopro de ar: imaginar que a vida impregnava.
***
Daina Bittar. Inspirada pela literatura, arrisco na poesia e na prosa desde meu início. De quando em quando, no desenho e na mistura da aquarela. Navego pela psicanálise tendo como norte o tema das infâncias e sua escuta.
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